quarta-feira, agosto 27

Tempo Dos Mineiros


Quando eu tinha uns 14, 15 anos de idade, descobri o som dos artistas mineiros. Entenda por “artistas mineiros”, Beto Guedes, 14 Bis, Lô Borges, Milton Nascimento e derivados. O que se mostrava como descoberta, na verdade, era uma constatação daquelas primeiras experiências musicais que temos ainda na infância. No meu caso, lembro-me de ter 8, 9 anos e passar férias de julho e janeiro em Petrópolis – cidade da região serrana do Rio – e lá, na varanda da casa ou no rádio AM/FM da Brasília da minha mãe ou do meu avô, as programações de Tamoio FM e Mundial FM sempre tocavam canções desses artistas. Quando os reencontrei alguns anos mais tarde, a sensação de “dejá ouvi” foi total.

Escrevo sobre eles porque estou constantemente “redescobrindo” o valor desses caras e parece um processo que não tem fim. Há sempre alguma canção deles sendo reouvida ou um verso reinterpretado. Acredito que os bons artistas devam sempre possuir obras passíveis de adaptação aos nossos momentos, capazes de nos lembrar de nós mesmos. Pessoalmente, acho esse o maior feito de que um compositor é capaz. Portanto, no inicio da adolescência, lá estava eu, ouvindo os mineiros e fazendo a primeira grande turma de amigos no colégio. Era o início do segundo grau, das reuniões nas casas da Denise, da Fabiana ou da Fernanda, no Leblon ou Jardim Botânico, sempre marcadas por longas sessões musicais.

Aqueles momentos de descoberta musical coletiva, de olhares de cumplicidade e percepção simultânea de significados são inestimáveis. Até aquela época, meu idioma pop era o inglês de Queen e Police, as minhas primeiras bandas do coração. Ser capaz de furar um bloqueio cultural burro que enaltecia os produtos gringos e desdenhava da MPB era um feito e tanto. Havia espaço para o rock nacional dos anos 80, igualmente importante, mas ouvir os mineiros era, como disse acima, um reencontro com uma criança de 9 anos da qual eu já sentia falta em 1985/86. Imagine hoje.

Lembro nitidamente de me apaixonar por uma colega da mesma sala do Santo Agostinho e dedicar a ela “Amor de Índio”, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, inúmeras vezes. Essas declarações de amor eram leves e secretas como o olhar e o movimento das nuvens. Intencionalmente, claro. No meu caso especifico, os mineiros eram cúmplices e parceiros, serviam, na verdade, como meus porta-vozes, representantes junto a um poder maior.

Todos os discos disponíveis desses artistas foram adquiridos na finada Copadisco ou na filial Figueiredo Magalhães das Lojas Americanas. O carinho especial pela obra de Beto Guedes e Milton Nascimento permanece intacto, apesar de constatar tristemente que eles estão esgotados criativamente, ainda que esses sujeitos não precisem de novos sucessos ou discos para manter seu encanto. O público deles – e de todos os mineiros – está interessado no reencontro coletivo, é como um efeito especial que nos coloca frente a frente conosco, em diferentes momentos. Lembro-me de fazer fitas cassete com essas músicas, me imaginar em paisagens vistas da janela lateral do quarto de dormir ou embarcando num trem azul com o sol na cabeça.

Dos discos desses sujeitos eu tenho amor incondicional por Contos da Lua Vaga, Amor de Índio e Sol de Primavera, todos de Beto Guedes; Flor Lunar, Encontro das Águas e o primeiro do 14 Bis, além do Nascente, do Flávio Venturini, do Via Láctea e do “disco do tênis” do Lô Borges, pra não mencionar os dois volumes do Clube da Esquina e a discografia do Milton Nascimento até o Sentinela (1980).

O tempo passou e muitos momentos de reencontro com os mineiros vieram, num deles, por volta de 1989, conheci a obra de Pat Metheny, apresentada por um colega da Caixa Econômica Federal (meu primeiro emprego, como estagiário), que me mostrou um disco chamado First Circle, mineiro até os ossos, mas feito nos Estados Unidos. Metheny, o futuro senhor Sonia Braga, ainda tinha pelo menos um disco totalmente mineiro, chamado Still Life (Talking), com uma canção chamada “Last Train Home”, que poderia ser trilha sonora de uma viagem na mitológica Ponta de Areia, a estrada de ferro que ligava Minas à Bahia, na qual jamais passei da maneira convencional, mas que me é tão familiar como qualquer rua que tenha me visto nascer.
O tempo passa e eu estou cada vez mais sentimental em relação à música. Daqui a pouco será quase antiético escrever sobre ela, tamanha a intensidade da minha relação com artistas como os citados aqui.

Sobre se apaixonar e dedicar letras, um dia escrevi que queria uma fita cassete com “Os Outros” do Kid Abelha, dada por alguma ex-namorada arrependida e que tivesse me feito sofrer muito. Pois bem, voltando no tempo dessa suposição, essa namorada certamente teria em seus guardados, se tudo desse certo, um papel com a letra de “Amor de Índio”. Coisas da adolescência, meus caros. Um dia eu falo sobre as namoradas que não sabem que as namoramos.

Abba? Sim, por que não?


Se eu tivesse que elaborar uma teoria conspiratória, diria que houve um complô a partir da década de 1980 para eivar o ser humano da sua ingenuidade. E o resultado é um mundo menos ousado e muito mais previsível, com poucas possibilidades de reverter a situação.
O que me levou a pensar isso? Bem, há tempos cogito algumas teorias malucas, uma delas, inclusive, dá conta que o mundo acabou lá por 1994 e ninguém notou. Mas o fim da ingenuidade, e suas conseqüências para nós, é algo quase palpável. O último insight que tive e que me lembrou os males que surgem com o domínio do ceticismo e do pragmatismo sobre nós, teve lugar com a audição de uma coletânea do Abba. Sim, isso mesmo.

A banda sueca – e mais um monte de artistas dos anos 70 – representa a vitória do otimismo e da ingenuidade, além de uma nada sutil bofetada na face do chamado “sistema”, num nível próximo dos efeitos do movimento punk.
Exagero? Sim, oras, tudo referente ao Abba é exagerado, inclusive o talento por trás das canções e dos arranjos.

A reavaliação crítica dos suecos foi providencial a partir dos anos 90 e teve lugar com manifestações espontâneas de dois popstars. Bono Vox e o U2 resolveram incluir “Dancing Queen”, canção presente no quarto disco do Abba, Arrival (1976), no repertório da turnê que empreendiam em 1992. Gravações piratas de shows mostram a reverência do arranjo dos irlandeses, fidelíssimo ao original. E, quase na mesma época, Kurt Cobain aparecia numa foto com uma camiseta do Bjorn Again, grupo australiano que corria o mundo com o repertório dos suecos e que homenageava o mentor do Abba, Bjorn Ulvaeus em seu nome, além de procurar o trocadilho com a expressão “born again”. Ao ser perguntado sobre a camiseta, Kurt teria dito que admirava muito as canções do Abba. Estava aberto o caminho para a coletânea Gold, lançada em 1992, com todos os maiores sucessos da banda, para uma multidão de gente que desconhecia a existência deles, prontos para se esbaldar na versão grandiloqüente do pop sob a visão de Ulvaeus, do tecladista Benny Andersson e das cantoras Agnetha Faltskog e Anni-Frid Lyngstad (depois chamada de Frida).


A carreira do Abba não existiria se não fosse pela intervenção de Stig Anderson, produtor da primeira banda de Bjorn, os Hootenanny Singers e fundador do selo Polar Music. Anderson também conhecia os Hep Stars, conjunto que Benny liderava e pensou que os dois músicos renderiam muito mais se trabalhassem juntos. Bjorn, incentivado pelo empresário, trouxe sua esposa Agnetha para cantar na nova banda e Frida viria por intermédio de Benny, com quem começava a sair. O Abba, portanto, era formado por dois casais, tinha em seu nome um anagrama das iniciais dos integrantes (Anni-Frid, Bjorn, Benny, Agnetha) e uma visão empresarial ambiciosa (ingênua?) de Stig Anderson como guia das ações. Não podia dar errado.

Na Suécia dos anos 70 a música já era totalmente derivada do pop inglês mas existiam detalhes e situações próprias. Por exemplo, o Abba apareceu para o país a partir de duas participações no festival da Eurovision, uma emissora de televisão. “Ring Ring” obteve o terceiro lugar em 1973 e no ano seguinte, “Waterloo” tornou-se o primeiro single da banda a chegar ao topo da parada inglesa. O Abba era visualmente influenciado pelo glam rock, mas seu som não tinha qualquer relação com o estilo de Marc Bolan. O pop do Abba era uma meticulosa criação de Bjorn e Benny, influenciados diretamente por Phil Spector, Brian Wilson, Bee Gees e os Beatles. Os elementos sonoros que aparecem a partir do quarto disco, Arrival, são acima de qualquer suspeita e não fazem feio diante das comparações com as influências.

O efeito de “wall of sound” que eles conseguiram a partir deste trabalho coloca o Abba como um herdeiro nórdico do pop sessentista, acrescido de batidas disco e marcado por uma tendência ingênua e extravagante de misturar elementos visuais. As letras, ao contrário do que podem parecer, são multifacetadas e podem falar de one-night stands (Voulez Vous”), musas adolescentes (“Dancing Queen), paixões espanholas (“Fernando”, “Chiquitita”) ou refugiados russos em plena União Soviética (“Visitors”). O consenso geral aponta o sétimo disco do Abba, Super Trouper (1980), como o melhor de sua carreira. Era um tempo de mudança, da chegada da new wave e os suecos aproveitavam para se desvincular da disco music. A banda sempre foi incluída de maneira equivocada no balaio de gatos da disco, algo que nunca foi totalmente coerente. Em 1980 os suecos deram a sua versão do novo som, um amálgama que guardava pouca semelhança com o que grupos americanos e ingleses vinham fazendo, mas era totalmente Abba.

Os fraseados de teclado que Bjorn concebia se mantém atuais, a ponto de Madonna samplear “Gimme Gimme Gimme” e usá-la como base para seu sucesso de 2005, “Hung Up”. Além dela, “The Winner Takes It All”, canção melodramática – no bom sentido – sobre o divorcio de Bjorn e Agnetha dava o tom de tristeza total e “Our Last Summer” acenava para amores no Summer Of Love (1968), definida por Bjorn como "uma memória de melancolia de um último verão de inocência".


Em 1983, dois anos após o lançamento do oitavo e último disco The Visitors, o Abba encerraria suas atividades para nunca mais voltar, nem por um bilhão de dólares, valor oficialmente oferecido a eles por disco, turnê e todo o aparato publicitário em 2000.
O que dá pra pensar disso? O Abba e outras bandas setentistas como Electric Light Orchestra, Carpenters, por exemplo, não tinham como preocupação nenhuma forma de posição política ou comportamental. A identificação dessas formações com os ouvintes descompromissados da música pop formou gerações de fãs em países remotos como Argentina, Austrália e quase toda a Europa, até mesmo os EUA.

A proposta de uma banda sueca que emulava sons sessentistas e se valia das habilidades de músicos locais para atingir astronômicos 360 milhões de discos vendidos não era apenas misturar talento, roupas bregas e diversão. Eram dois casais numa aventura pop, ganhando o mundo, algo impensável para suecos em meados da década de 1970. Cantaram em inglês, sueco, espanhol, alemão e marcaram seu nome para sempre na história. E nunca deixaram de lado a ingenuidade, não aquela que se aproxima da tolice, mas a que possibilita pessoas com figurinos de oncinha e roupas espaciais de gosto duvidoso serem tratadas como heróis.


PS: Esse texto não é produto da ação da trilha sonora do filme Mamma Mia, inspirado no musical da Broadway, que traz Meryl Streep, Colin Firth e outros, cantando 18 sucessos da carreira do Abba. Mesmo que as interpretações sejam sensacionais, servem de guia para a obra da banda. Ouça sem preconceitos.

terça-feira, agosto 5

Dedos de Prosa sobre Rock Progressivo

Amigos, amigos, eu estou ouvindo muito rock progressivo atualmente. A tal ponto que não consigo ouvir – como se deve – outro estilo musical. Isso está, inclusive, atrapalhando minha função de crítico, principalmente porque preciso emitir opinião sobre bandas totalmente anti-progressivas e o estilo nunca me pareceu tão amigável e hospitaleiro.

Talvez tenha a ver com o número cada vez maior de bandas atuais que pegam emprestado a estética do progressivo e a mascaram. Pode ser também um grande e permanente tédio com a modernidade, cada vez mais vazia e dominada por falsas novidades, personificadas em artistas sem conteúdo ou o quê dizer. Talvez os dois motivos juntos.

Há uma total falta de informações para o grande público sobre o que significa o termo “progressivo”, mesmo que algumas bandas badaladas em diferentes nichos mercadológicos sejam cria direta do chamado “prog rock”. Desde 14 Bis a Mars Volta, muita gente deve os fundilhos ao prog, criado e estabelecido no fim dos anos 60, mais precisamente na Inglaterra. Algo que sempre me irritou na crítica musical da grande/média imprensa foi o preconceito geracional com o estilo e a total falta de disposição para compreender o significado de discos e bandas progressivas ao longo dos tempos.

É como se o crítico de trinta anos – com infância nos anos 80 – fosse criado com raiva do irmão mais velho, que não emprestava os discos do Yes e do Genesis. Sendo assim, em busca do “moderno” e “atual”, o futuro escrevente rocker iria encontrar o movimento punk e seus rescaldos, o pós-punk e a new wave e os adotaria como ponto de partida para estabelecer seu gosto. Acreditem, essa cena é mais comum do que vocês podem imaginar.

O progressivo nasceu de uma mutação do rock psicodélico. Na época se definia por “psicodélico” o grupo que se valia do uso de drogas alucinógenas para compor – algo que acabou banalizado e descaracterizado com o tempo, principalmente porque todo mundo passou a se valer desse “aditivo” químico. O progressivo é, portanto, uma tentativa louvável de dar ao rock um status mais “sério” e “valioso” enquanto música.

Os arquitetos dessa vertente pensaram nos parâmetros da época para credenciar o rock para freqüentar os grandes salões do mundo adulto e o revestiram com uma roupagem clássica, erudita, além de um subtexto mitológico/mágico, que insinuava uma aproximação com a literatura. Era engraçado notar que os jovens músicos que integraram as primeiras bandas progressivas possuíam um background clássico, herdado da educação tradicional européia. Isso quer dizer que os sujeitos aprendiam a tocar música clássica no colégio e emprestavam essa visão para o rock, algo que aparecia muito mais como destreza/habilidade na execução de um instrumento do que na criatividade para compor.

Claro, isso num primeiro instante, pois, a partir de 1970, grandes discos progressivos foram feitos, lançados, magnificamente compostos e com músicas nos primeiros lugares das paradas de sucesso britânicas, em versões editadas de suas longas canções. Aliás, o formato das músicas também refletia o abandono da estética pop (instrumental de baixo, bateria e guitarra, refrão, duração de três minutos) em benefício de canções com mais de dez minutos de duração, com vários “movimentos”, lembrando sinfonias, sonatas e demais abordagens clássicas.

Num determinado momento, nada foi mais moderno e antenado que o rock progressivo. Bandas como Yes, King Crimson, ELP, Pink Floyd, Moody Blues, Genesis, apenas para mencionar as mais famosas, representavam o futuro, procuravam conectar seus discos a conceitos literatos, esclarecidos e não hesitavam em estender suas canções para fronteiras dos vinte, trinta minutos.

Tudo isso é muito legal e libertador. Você imagina algo assim nos dias de hoje? Até poderia considerar bandas como Marillion, Pendragon, Porcupine Tree ou mesmo os islandeses do Sigur Rós para ilustrar esse panorama, mas a imagem delas não é totalmente satisfatória diante da sensação de novidade que as primeiras incursões das formações setentistas tiveram lugar. O estilo foi tão democrático que proporcionou o surgimento pioneiro de bandas na Holanda (Focus), Itália (PFM, Le Orme), Alemanha (Kraftwerk, Tangerine Dream, Can), unidas pelo terreno comum da mistura de clássico com rock e com sucesso fora de seus países de origem.

O rock ficou velho, meus caros. A despeito do que sempre poderão afirmar, fica cada vez menos acessível ao jovem dos anos 00 o entendimento do que seus pais ouviam em 1970, 1980. E sempre tivemos vontade de chocar os pais ou, pelo menos, fazer tudo diferente do que eles poderiam pensar em fazer. Pais são fãs de rock, filhos não. Claro, é uma regra com muitas exceções, mas desconfortavelmente presente.

Na tentativa de quebrar o bloqueio de informações, aqui vai uma pequena lista pessoal de discos legais para você começar a sua exploração no progressivo. Experimente...E sugira os seus favoritos também.

Yes – Close To The Edge (1972)
Define o momento em que o Yes atingia a maturidade, algo que já se insinuara no disco anterior, Fragile (1971), também altamente recomendável. Aliás, a discografia do Yes é um bom indicativo do que o rock progressivo poderia proporcionar – para o bem ou para o mal.

Genesis – Lamb Lies Down On Broadway (1974)
É o último disco com Peter Gabriel nos vocais e marca o fim de uma era. O Genesis ainda seguiria digno até 1978, quando abraçou o formato pop.

Moody Blues – Seventh Sojourn (1974)
É o ultimo trabalho dos chamados “classic seven”, a seqüência de discos gravados pelo Moody Blues entre 1967 e 1974. Seventh Sojourn é um belo exemplo de progressivo sutil, sem grandes viagens instrumentais e se valendo de um formato mais “pop”.

Emerson, Lake And Palmer – Brain Salad Surgery (1973)
O grande disco do trio, ainda que seu trabalho homonimo de estréia seja sensacional. Aqui está a belíssima balada de Carl Palmer “Still You Turn Me On”, bem como as “impressões” sobre “Karn Evil”. A capa é um show à parte.

King Crimson – In The Wake Of Poiseidon (1971)
A grande banda progressiva, influente, ousada, genial. Esse é o segundo disco deles, com uma das músicas mais bonitas jamais feitas, “Cadence And Cascade”. Aviso: a discografia do Crimson, entre 1969 e 1975 é indispensável. O retorno da banda em 1980, totalmente reformulada, ainda geraria três discos essenciais para a compreensão do rock moderno (até hoje não igualado) – Discipline (1980), Beat (1982) e Three Of A Perfect Pair (1983)

Pink Floyd – Meddle (1972)
Este é o primeiro disco realmente progressivo do Pink Floyd e talvez o único, dentro da estética mais convencional do estilo. Faixas como “One Of These Days” e “Echoes” credenciam o antecessor de Dark Side Of The Moon e o que entende-se por “som Pink Floyd”.

Jethro Tull – Thick As A Brick (1971)
Clássico em todas as suas expressões, desde o encarte – que compunha as páginas de um jornal fictício – até a fusão perfeita de folk e progressivo pelas mãos do louco Ian Anderson. Aqualung, de 1970, também é essencial.

Renaissance – Prologue (1972)
Grande banda inglesa de segundo escalão, responsável por belos discos, dentre os quais esse é o melhor. Enxuto, cheio de canções pontuadas pelo vocal celestial de Anne Haslam, Prologue fala sobre o mar e as pessoas, de forma suave e belíssima. Também vale conferir Novella e Ashes Are Burning.

Premiata Forneria Marconi – Per Un Amico (1972)
A banda de progressivo italiano mais conhecida. O PFM surgiu no início dos anos 70 com uma sonoridade híbrida de Genesis e King Crimson, evoluindo para um estilo próprio. Vale ouvir a versão em inglês desse disco, gravada para o Reino Unido no ano seguinte, Pictures Of Ghosts.

Marillion – Script For A Jester’s Tear (1981)
O primeiro disco da grande banda de “neo-progressivo” escocesa, responsável por belíssimos trabalhos conceituais entre 1981 e 1988, quando teve o vocalista e compositor Fish à sua frente. Depois, a partir de Season’s End (1989), Steve Hogarth assumiu a liderança do Marillion sem o mesmo brilho. Em 2005, no entanto, a banda reeditaria seus bons momentos com o belo disco Marbles.